quinta-feira, 22 de outubro de 2009



Livro resgata obra de Raffaello Berti

Fundador da Escola de Arquitetura, arquiteto é autor do
projeto da Prefeitura de BH e do antigo Cine Metrópole

Maurício Guilherme Silva Júnior

m esforço de preservação da memória arquitetônica de Minas Gerais. Assim, pode ser definido o livro Raffaello Berti Arquiteto Projeto memória, lançado em abril, e que reúne fotos, projetos, desenhos e aquarelas do arquiteto e professor Raffaello Berti, um dos fundadores da Escola de Arquitetura da UFMG. Berti projetou verdadeiros marcos da arquitetura mineira, como a Prefeitura de Belo Horizonte, a Cúria Metropolitana, a Santa Casa de Misericórdia e o Colégio Izabella Hendrix.

Idealizado pelo filho mais velho de Raffaello, o também professor e arquiteto Mario Berti, o livro levou mais de uma década para ser concluído. Após frustradas tentativas de desenvolver o projeto na Escola de Arquitetura nos anos 80, Mario mudou-se com a família para a Europa, onde traçou um paralelo entre a obra de seu pai e a do arquiteto belga Victor Horta. Para Mario, falecido em 1997, organizar a retrospectiva profissional do pai, além de grande projeto pessoal, era uma forma de contribuir para a preservação da memória arquitetônica de Minas Gerais.

Com o falecimento de Mario Berti, a idéia da publicação foi retomada somente em julho de 1999, por iniciativa conjunta de sua esposa, Silma Mendes Berti, professora da Escola de Direito, eda arquiteta Maria Alice de Barros Fonseca, que escreveu os textos do livro. "Precisávamos dar continuidade ao projeto de meu marido. Foi um trabalho feito com muito amor à obra de meu sogro, a Belo Horizonte e ao Brasil", ressalta Silma. Este ano, comemora-se o centenário de nascimento de Raffaello Berti, data que será celebrada com vários eventos ao longo do ano.

Trajetória

Natural da pequena Collesalvetti, na província italiana de Pisa, Raffaello Berti tinha 21 anos quando chegou ao Brasil. Formado na Real Academia de
Belle Arti, em Carrara, o arquiteto desembarcou em 1922 no Rio de Janeiro, onde atuou num dos maiores escritórios de arquitetura da cidade. Lá, participou de trabalhos importantes, como a construção do Jóquei Clube e da Câmara dos Deputados. Depois de casar-se com a carioca Aracy Marques da Silva Nunes, com quem teve quatro filhos, Berti mudou-se para Belo Horizonte a convite do amigo e sócio Luiz Signorelli. Ao lado de outros influentes profissionais, Berti fundou, em 1930, a Escola de Arquitetura da UFMG, onde lecionou durante 37 anos. Além de receber títulos e condecorações por todo o mundo, o arquiteto consagrou-se como autor de obras que, até hoje, marcam o cenário de inúmeras cidades brasileiras, como a igreja matriz e a casa paroquial de Itaúna; e a sede social do Minas Tênis Clube e o Cine Metrópole, na capital mineira.

Livro: Raffaello Berti Arquiteto Projeto memória

Obra Póstuma: Mario Berti

Coordenação editorial: Silma Mendes Berti

Organização e texto: Maria Alice de Barros Marques Fonseca



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